domingo, 29 de dezembro de 2013

Análise conceitual técnica

O exemplo contrário à busca do mero efeito visual (comentado no post anterior: http://mauriciotakiguthi.blogspot.com.br/2013/12/revisao.html) ou da imitação literal do modelo é atuação na pintura guiada por um conceito chave. Num post do Facebook sobre a pintura "Convalescent", obra do pintor francês Edgar Degas (1834-1917), abordei as características dos elementos visuais e técnicos intrínsecos que serviriam como referência de ação, num nível muito alto de abstração. Nela, Degas elimina os detalhes, as variações desnecessárias de cor e de valor com o intuito de agrupá-los nestas grandes massas em prol da leitura do todo.

Parte de uma paleta reduzida de cores de acordo com os grandes "shapes" (tradução simplificada da forma tridimensional do real em forma bidimensional) de valor: que vai do terra ao terra avermelhado para os tons escuros (do positivo representado pela blusa e outros objetos escuros elusivos), cinza esverdeados para o tons médios (negativo acima da moça) e cinzas arroxeados para os claros, quase brancos (para o negativo e positivo representado pelo vestido). A curiosidade fica por conta do rosto, que tem a função visual e conceitual de interligar estas famílias de cor e temperaturas. As mesmas cores que compõem as famílias também são usadas, de modo sucinto, para compor a oposição de temperatura.
 
 
Com base na concepção visual de Degas, decidi pela mesma lógica de construção ao montar esta estrutura das massas, agrupando os grandes shapes de valor pela eliminação das variações desnecessárias. Como o mestre francês, procurei estabelecer um contraponto mais contrastante do escuro do cabelo e da roupa aos valores claros do rosto.

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