quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O homem estátua

Neste estudo de 3\4 em carvão, resolvi fazer uma combinação mais pesada de hachura com massas sutis, num sistema mais voltado para o gráfico.





Carvão, lápis carvão, lápis pastel branco sobre papel marrakech, 2012

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

"Machado de Assis" - Desenho em grafite


Depois de estruturado o desenho pelo sistema gestual, as grandes massas da cabeça foram organizadas em dois grandes blocos: o plano de sombra em oposição ao plano de luz. Os valores da base são os mais próximos possíveis do definitivo para "fechar" com as sobreposições da hachura.
E, neste estudo em particular, a hachura desempenhou várias funções simultaneamente: o papel fundamental de "quebrar" a superfície chapada na área de luz, gerar textura (na pele, cabelo e barba), representar planos menores, faze ajuste fino de valor e gerar movimento da massa na forma de mancha, ora abrindo, ora fechando a borda.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Desenho de feriado

Aproveitei o feriado para criar paciência e coragem para encarar o desafio de resolver o problema do enquadramento e proporção dessa referência de jornal guardada há muitos anos. Fiz o gestual em grafite na base para definir a relação entre as partes em termos de dimensão e demarcar as principais massas por baixo. Posteriormente, sobrepus hachuras com caneta preta.
 

Desenho com caneta preta, 2012

domingo, 7 de outubro de 2012

Análise sobre uma obra de Chardin

 Jean Baptiste Simeón Chardin, "Grapes and Pomegranates", óleo sobre tela





No ateliê, usamos essa referência como base de estudos, principalmente para entender a concepção pictórica de cor na prática. E Chardin, pintor francês do século XVIII (1699-1779), nos dá uma importante lição sobre o assunto, indicando o quanto uma pintura pode adquirir movimento de cores, não respeitando a forma contrastante dos sólidos.
Algo que me chamou atenção para essa pintura foi o fato de que as cores locais (cores do objeto) não possuem o caráter determinado como no estilo linear, mais preocupado com a representação das cores próprias do objeto. O conceito de cor local torna-se mais elusivo como produto do cruzamento das sobreposições das camadas de cor.
 


As massas do espaço negativo (fundo) e do espaço positivo (figura) da jarra são oriundas da mesma fonte, como diria Wolfflin, ou seja, partem da mesma base de cores, na família do cinza esverdeado.


No detalhe, com o intuito de comprovar esta tese, eliminei a "interrupção da sombra" , por meio do Photoshop, para evidenciar este movimento contínuo e subjacente da massas (de mesmo valor e família) que ultrapassam a forma na estruturação da pintura. E sob este aspecto é que se evidencia o movimento independente das massas que ganham vida própria por não respeitar as fronteiras dadas pelo contorno do objeto.

Tomando emprestado novamente os conceitos de Wolfflin, enquanto no linear, "figura é figura, o fundo é fundo", no pictórico, "figura e espaço, corpóreo e incorpóreo, podem unir-se na expressão de um movimento tonal independente, sem que a objetividade seja prejudicada."

A curiosidade mais intrigante nessa pintura de Chardin, na minha opinião, recai especificamente sobre o modo como a configuração do objeto se dá pela colocação da interrupção representada pela sombra.