Resolvi fazer esta segunda versão, pois na primeira achei que o espaço negativo estava muito pequeno. A princípio achei que a forma menor do enquadramento gerava tensão espacial e um ar "sufocante", mas como composição, ela não funcionou visualmente. A figura estava "esmagada" pelo fundo. Para refazer o desenho, pensei no contrário: na amplidão do espaço, representado por um céu tempestuoso. Logo nas primeiras indicações do esboço, achei que o espaço ocupado pelo fundo estava excessivamente grande e a primeira tendência foi recorrer ao óbvio: diminuir o tamanho (mas mantendo maior que o original) ou criar mais variações de valor das nuvens (combinadas com maior variação das famílias de cor na versão a óleo) para gerar maior movimento pelo alto contraste também de forma. Mas não queria fazê-lo por dois motivos: a ideia era manter o valor do céu baixo para agrupar com o manto - e assim dar forte contraste tonal à cabeça - e porque atualmente gosto muito mais de gerar movimento pelos caminhos da sutileza. Refletindo sobre o assunto, o que me fez ratificar a decisão de manter o fundo gigantesco foi a constatação de que há várias pinturas cuja proporção do negativo é muito maior do que o positivo. Na hora, recordei-me das obras como as de Giacometti ou de William Nicholson, nas quais, o fundo é cheio de "vazio", das de David Leffel ou Rembrandt, onde o fundo é "preenchido" com ar e também das paisagens holandesas do século XVII. A questão fundamental foi portanto escolher um campo finito de atuação e desenvolver uma solução para o problema dentro deste campo, sem fugir.
Segunda versão de Telamon, 100x80, pastéis preto, branco e cinza sobre tinta acrílica
Muito bons seus trabalhos Mauricio! Gostei muito da sessão de citações sobre arte daqui do seu blog!
ResponderExcluirValeu, Estevão. Estas citações do blog são referências constantes para consulta. É um modo bem prático de sempre ter a mão coisas das quais não devo esquecer.
ResponderExcluirAbs.