segunda-feira, 8 de junho de 2009

Visita ao MASP: "Arte na França 1860-1960"

Henri Fantin-Latour - A família Dubourg

Rosa Bonheur - Lavragem em Nevers


Carolus Duran - O Convalescente


José Ferraz Almeida Jr. - Moça com livro

Ontem, fomos ao MASP. A proposta desta visita, com os alunos do ateliê, foi praticar outro tipo inédito de exercício para a maior parte da turma: o olhar analítico de pintor, de natureza técnica, numa relação mais íntima com os executores através das obras. Para isso, foi crucial visualizar o pensamento por trás delas, sem a mediação ou o filtro do discurso teórico dado pelo curador, crítico ou historiador. Pois, queira ou não, ao saber de quem a obra pertence, com respectivo conhecimento anterior sobre sua vida pessoal, sua importância dentro da História da Arte, somos inconscientemente induzidos a ter uma visão comprometida com o politicamente correto, como é muito comum se constatar. (Para ter uma idéia do que estou falando: certa vez, perguntei a uma ex-aluna de quais pintores ela gostava. Respondeu-me "todos os grandes mestres! Se forem grandes eu gosto.)
Para levar adiante essa empreitada foi condicionante dissociar o juízo de valor, próprio da visão de leigo, da perspectiva técnica e aceitar a idéia (nada nova) de que a boa obra se autossustenta, sem o recurso da retórica. Aliás, o que ficou patente, pelo menos para mim, é que quando víamos uma obra com deficiências de um pintor importante, era necessário recorrer a alguma qualidade externa à obra para "salvá-la", enquanto a boa obra era "inteira", ou seja, autossuficiente porque falava por si mesma.
A agradável surpresa de nossa excursão foi de que, em geral, as obras que mais chamaram atenção dos alunos por seus efeitos geralmente foram as mais bem elaboradas em termos de construção técnica.
Desejo que tenham compreendido a importância do domínio dos instrumentos e recursos de manipulação da imagem orientados pelo conceitos técnicos e espero ter passado o recado.

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