quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Exercício de exploração dos espaços inomináveis 1

O treino de sobreposição de massas menores, sem seguir a forma ou circunscrever a massa à linha, consiste num dos treinos mentais de ordenamento mais fortes e exigentes que conheço. O fato de não se poder recorrer ao que tem nome (olhos, nariz, boca, orelha, etc) para configurar fisionomia faz com que cada asserção seja produto da abstração, no nível mais alto de atenção, foco, concentração possível. 

Cada asserção (equivalente à pincelada no óleo, para poder entender), deve ser posta criteriosamente no papel ou na tela, atendo-se estritamente à massa e valor, como elementos visuais e não tácteis.

Exige do ponto de vista da postura, o compromisso com a incerteza e a mobilização interna para ficar o máximo de tempo no processo (meio), deixando de lado a aparência do modelo (fim).

A qualidade concreta decorrente dessa prática mental e conceitual (postura correta e ordenamento) é a força visual da obra, capaz de sobreviver à distância.

A orientação da prática se dá pela movimentação no todo (não ficar na parte por muito tempo com o intuito de acabar).

A estrutura das massas foi estabelecida pelas grandes massas genéricas e sobreposição de planos menores de luz.


Exercício em gama de cinza de abstração, pela sobreposição de planos menores sem recorrer aos detalhes minuciosos.

No detalhe, é possível perceber como as massas da estrutura são fundamentais para o fluxo da leitura

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