Jean
Baptiste Simeón Chardin, "Grapes and Pomegranates", óleo sobre tela
No
ateliê, usamos essa referência como base de estudos, principalmente para
entender a concepção pictórica de cor na prática. E Chardin, pintor francês do
século XVIII (1699-1779), nos dá uma importante lição sobre o assunto,
indicando o quanto uma pintura pode adquirir movimento de cores, não respeitando
a forma contrastante dos sólidos.
Algo que
me chamou atenção para essa pintura foi o fato de que as cores locais (cores do objeto) não
possuem o caráter determinado como no estilo linear, mais preocupado com a
representação das cores próprias do objeto. O conceito de cor local torna-se
mais elusivo como produto do cruzamento das sobreposições das camadas de cor.
As massas do espaço negativo (fundo) e do espaço
positivo (figura) da jarra são oriundas da mesma fonte, como diria Wolfflin, ou
seja, partem da mesma base de cores, na família do cinza esverdeado.
No detalhe, com o intuito de
comprovar esta tese, eliminei a "interrupção da sombra" , por meio do
Photoshop, para evidenciar este movimento contínuo e subjacente da massas (de mesmo valor e família) que
ultrapassam a forma na estruturação da pintura. E sob este aspecto é que se evidencia o movimento independente das massas que ganham vida própria por não respeitar as fronteiras dadas pelo contorno do objeto.
Tomando emprestado novamente os conceitos de Wolfflin, enquanto no linear, "figura é figura, o fundo é fundo", no pictórico, "figura e espaço, corpóreo e incorpóreo, podem unir-se na expressão de um movimento tonal independente, sem que a objetividade seja prejudicada."
A curiosidade mais intrigante nessa pintura de Chardin, na minha opinião, recai especificamente sobre o modo como a configuração do objeto se dá pela colocação da interrupção representada pela sombra.
Tomando emprestado novamente os conceitos de Wolfflin, enquanto no linear, "figura é figura, o fundo é fundo", no pictórico, "figura e espaço, corpóreo e incorpóreo, podem unir-se na expressão de um movimento tonal independente, sem que a objetividade seja prejudicada."
A curiosidade mais intrigante nessa pintura de Chardin, na minha opinião, recai especificamente sobre o modo como a configuração do objeto se dá pela colocação da interrupção representada pela sombra.
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