sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Estudo de Waterhouse

Estava com uma dúvida de como resolver conceitualmente a falta de movimento numa pintura que estava executando. O problema era gerar volume num rosto sob luz frontal quase chapada. Quando encontrei este detalhe do quadro “Mariamne living the judgment seat of herod”, de J. W. Waterhouse (1849-1917), pintor pré-rafaelita que muito admiro, resolvi estudá-lo para vislumbrar uma solução possível.
A resposta encontrada foi gerar variação de borda, temperatura e grau de pastosidade dentro de uma escala tonal reduzida, entre o médio e o alto.
Embora isso seja uma verdade irrefutável, pelo menos para mim, essa experiência foi interessante porque me fez entender sob outro ponto de vista a necessidade da camada preliminar como organização da base e elemento que unifica as sobreposições posteriores. A estrutura deve corresponder ao início do pensamento e ser reflexo da organização mental do que ser quer pôr em prática.

Primeira e segunda camadas do estudo de J. W. Waterhouse, óleo sobre placa


Estudo finalizado

Interessante notar que as interrupções, representadas pelos planos menores e pelos pequenos toques (accents e brilhos), são colocadas no final para "fechar" a pintura. No sistema pictórico, o que pode finalizar uma pintura e, noutra perspectiva, configurar os traços fisionômicos não é o detalhe e sim as interrupções da luz e do fluxo da leitura.

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