sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Técnica mista

Este estudo baseou-se na seguinte proposta: base das grandes massas com tinta acrílica e sobreposição de pequenos toques com pastel.
Papel branco original

Imprimação com tinta acrílica cinza para para tonalizar o papel e neutralizar as cores subsequentes

Desenho a carvão fixado posteriormente

Início da base da figura com tinta acrílica

Variações com os altos e baixos, com o intuito de "quebrar" a superfície e gerar textura

Pintura com valor mais alto no negativo para destacar o positivo

Colocação de pequenas variações tonais e pequenos toques com pastel

domingo, 14 de agosto de 2011

Estrutura das massas 2

A estrutura das massas é o todo, tanto no desenho como na pintura, constituído das grandes massas e tem a função de organizar as relações de valor e dar unidade às sobreposições de massas menores posteriores.
O estudo abaixo consistiu no exercício mental de abstração que procura visualizar e simplificar sucintamente as grandes massas “que estão por baixo”, eliminando assim todos as minúcias e outras informações desnecessárias.



Vale a pena notar como, na abordagem pictórica, é a massa que estrutura a imagem. Enquanto no sistema linear, a representação da forma serve geralmente de ponto de partida com o subsequente trabalho de sombreamento, no pictórico, a forma acontece como consequência das sobreposições de planos e toques menores.
A boa estrutura é aquela que permite colocar apenas o que falta, de forma bem precisa e “encaixada”, sem muitos retoques, e que antecipa o que vem por cima. Por isso, é verdadeiro o seu oposto: o sintoma de uma má base é quando ela deve ser refeita quando se avança no processo.


Aplicação da estrutura da massa como referência de abstração e simplificação


Eliminando os accents - pequenos toques mais escuros (pelo Photoshop) - representados pelos olhos e narinas, é possível constatar como são as grandes massas subjacentes que dão suporte visual decisivo na estruturação da imagem.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Fluxo de luz como conceito

O conceito de fluxo de luz, como diretriz de ação e de pensamento, consiste em retratar a incidência e distribuição da luz na figura (“luz nas coisas”) e assim evitar a mera representação da figura com luz (“coisas com luz”). A diferença básica entre as duas abordagens incide sobre o nível de abstração. Enquanto na segunda, o procedimento assenta-se sobre um modo mais mecânico, pela estrita comparação de um valor com outro e colocação de massas justapostas; na segunda, trabalha-se por sensação o conceito de esculpir a figura com a luz. O pré-requisito para manipular as massas na primeira perspectiva é o entendimento de como a luz se comporta, pela análise de sua intensidade, direção, etc, na segunda, o que prevalece é a habilidade de imitar corretamente os valores.

Uma das maiores dificuldades para manter a abordagem abstrata é desprender-se da descrição da forma tridimensional ou da fisionomia e acreditar que elas acontecem como resultado da inserção das interrupções (provocadas pelas concavidades e saliências do modelo) da luz.



sexta-feira, 29 de julho de 2011

Mais desenho tonal

Óleo sobre tela com preto, branco e terra, 2011

Neste segundo exercício, resolvi fazer uma variação do exercício anterior, só que desta vez, sem a base do desenho por baixo fixada com spray para carvão. A forma foi modelada pelo sistema de sobreposição sem retoque, no qual os planos são colocados sem recorrer ao esfumato. Isso implica a ideia de que toda pincelada conta e exige maior disciplina de preparar e desdobrar na paleta os valores para serem "encaixados" no lugar certo. A borda suave (limite da massa com transição) depende muito mais, neste caso, da fusão de massas pelo controle do peso do pincel, da quantidade de tinta e da aplicação molhado sobre molhado.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Desenho tonal (tonal drawing)

Este exercício foi baseado no livro The Science and Practice of Drawing, de Harold Speed. Um dos aspectos mais importantes do desenho tonal, também chamado de mass drawing, é treinar no óleo a habilidade de manipular a escala tonal coerentemente e a tinta, no sistema molhado sobre molhado (wet into wet). Trata-se de uma abordagem bastante abstrata por focar o valor e a forma bidimensional das massas.



1a. camada: desenho genérico com carvão, fixado com spray. Sobreposição do cinza de valor médio como imprimação.


2a. camada: sobreposição de tons altos e baixos, atentando para a densidade, pastosidade e peso das pinceladas.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Sessão de Retrato de abril

No mês de abril, as sessões foram desdicadas à aplicação do gestual, usando tanto grafite como carvão. O objetivo foi montar a estrutura por meio da sugestão, extraindo o essencial da imagem, sem se preocupar com a semelhança fisionômica do modelo pela descrição da forma.





Parada técnica para análise



demonstração e discussão do exercício



demonstração



carvão sobre kraft 20'


carvão sobre kraft 18'


carvão sobre kraft 25'



carvão sobre kraft 15'

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Movimento em silêncio

lápis grafite


Outro dia, estava olhando para a foto desta estátua de terracota, passada por um ex-aluno, pertencente ao acervo do Metropolitan de Nova Iorque. Toda vez que a olhava, exercia uma grande atração em mim, mas não sabia dizer por quê. O que incitou a minha curiosidade foi o fato de ser simultaneamente tão simples e forte. Movido mais por impulso, resolvi desenhá-la em grafite para ver o que acontecia. Enquanto interagia com o desenho, pude visualizar a resposta: há muito vigor, embora discreto, neste tipo de movimento contínuo, sutil e silencioso, que se desdobra no campo indizível das formas que não possuem nome ou definição.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Aplicação dos gestuais no carvão

Tendo como suporte o papel kraft colorido, troquei o grafite pelo carvão, lápis carvão e borracha, para aplicar o mesmo conceito do gestual desenvolvido anteriormente. Mantive o sistema de fora para dentro, traduzindo os planos e massas para a representação mais concisa, na forma de manchas e hachuras. Não estipulei o tempo máximo, mas tentei executar no tempo mais curto possível para manter o foco no essencial.



20'
18'

21'
25'

Neste desenho, para demarcar o raciocínio estratégico, resolvi parar no meio da abordagem (em torno de 15 minutos).

segunda-feira, 14 de março de 2011

Gestuais de março (continuação)

Algo muito interessante, que pode acontecer como desdobramento do estudo e da prática disciplinada, é a possibilidade de acesso ao campo da não-regra.

Do ponto de vista metodológico, para que a intuição possa ordenar e elaborar as informações visuais de forma espontânea é imprescindível a existência de critérios que possam guiá-la durante o processo de execução.

E só a repetição criteriosa cria meios para que ela entenda o que deve fazer, para que ela crie novas soluções no improviso, sem desembocar no receituário do fazer ou na ação espontânea, mas aleatória e vazia de sentido, justificada posteriormente pela retórica.

Gestuais de 5 minutos